TJ Aparecida | Primeira Exortação Apostólica do Papa - 26 de Novembro de...

Novo ano, possibilidade de Despertar

Num mundo cada vez mais disperso pela enormidade de imagens, signos, símbolos e informações é desafiador estarmos onde estamos e, em nós mesmos, em nosso próprio corpo, conscientes de nossos pensamentos, sentimentos e emoções.
O cultivo de uma mente serena e apaziguada permite a criação de espaços de escolha e de liberdade. Nossa atenção permite que os fluxos de pensamentos e de criatividade criem a todo momento diversos níveis de realidade e de percepção.
Atravessamos um momento crítico de diminuição e embotamento das percepções. As grandes Tradições espirituais da humanidade apresentam como possibilidade de uma vida íntegra o nosso despertar; Buda, o iluminado príncipe Sidarta Gautama, afirmava que há dois modos fundamentais de existência: uma existência de perambulação ou uma existência no CAMINHO.
Para os que se colocam em marcha, cultivando uma existência de autoria e de escolhas conscientes, o Despertar está na conquista da Presença; no Evangelho de João esta presença é o EU SOU, Aquele Que É, que é em nós e em tudo o que nos cerca, o fundamento da nossa existência, A Vida, o Vivente que no mais íntimo de nós mesmos nos conforma e constitui.
Nesta Presença não há medo, dor , sofrimento, necessidade de defesa, falta, escassez e conflito. O EU SOU é o amor, Força Vivente e criadora do Amor no coração do homem Despertado. A Realidade da Presença Eu SOU é definida no curso em milagres nestes termos:
"nada real pode ser ameaçado,
nada irreal existe,
nisso está a paz de Deus"
Bom 2011...

Gentileza gera gentileza | Tvendo e Aprendendo

O tempo

Ouvi de um colega e amigo, Otávio Da Matta:

"Escrevendo descubro um novo pedaço de infinito. Vivo no infinito, o momento não conta" !



O impressionante Guimarães Rosa toca a nossa alma e propõe um extraordinário paradoxo: o momento não conta, somos tocados pelo infinito. O infinito contido no momento é a possibilidade de não estarmos iludidos pelo tempo. Se penso estou no tempo: passado ou futuro ou, ainda, presente. Se o silêncio me toca é a Presença do Infinito que me habita. Os momentos de Presença contêm o que não tem começo nem fim.

O tempo e o espaço são nossas obras do cotidiano; se não nos prendemos a eles saltamos para espaços de maior liberdade - nos quais as escolhas criativas são plenas, são possíveis.

Mística

Recebi, de uma amiga querida, uma bela oração de Santa Teresa D'Ávila.
"Nada te perturbe
Nada te espante
Tudo passa,
Só Deus não muda.
A paciência
Tudo alcança
Quem tem a Deus,
Nada lhe falta
Só Deus basta".

Em um sentido parecido afirma o Curso em Milagres : " Nada Real pode ser ameaçado, nada irreal existe. Nisso está a paz de Deus".

Contemplar Aquele que É e que nos faz ser... busca do infinito... do eterno...

A arte do diálogo

Fiquei espantado com as palavras do representante de Israel nos jornais de ontem. Havia uma condenação ao posicionamento do Brasil, diga-se, do governo brasileiro, quanto a questão do ataque aos navios que se dirigiam para a Faixa de Gaza, para atender aos palestinos sob bloqueio de Israel. O governo de Israel, e as potências que o apoiam, acham natural as medidas de violência e força utilizados contra 1,5 milhão de palestinos em Gaza.


Nas últimas semanas o Brasil ocupa o cenário das notícias no mundo defendendo o diálogo para as difíceis questões do Oriente Médio e do programa nuclear iraniano.


Estamos apresentando uma outra face, uma outra possibilidade para a resolução de conflitos, tratados com autoritarismo, pressão e sanções pelas potências mundiais. Precisamos ocupar este palco e propagar que o diálogo, e a negociação, são a melhor forma de resolver disputas complexas nas quais a verdade é a primeira vítima.


Se, efetivamente, percebemos que o mundo não está mais polarizado entre duas superpotências, mas ao contrário, estamos vivendo uma realidade de multilateralismo, não é saudável nos sentirmos separados de iranianos e palestinos... os problemas deles também são nossos.

Meditação

Esta semana me comprometi, com alunos de filosofia, a indicar alguns passos para a meditação. Tenho praticado o silêncio, através de várias escolas e tradições, há pelo menos vinte anos; minha primeira experiência foi com o yoga, quando era estudante em Ouro Preto, por volta de 1986.
Nos últimos seis anos pratico o hesicasmo, uma prática do antigo cristianismo, e algumas visualizações transmitidas pela teosofia e por mensageiros das escolas de mistério da Grande Fraternidade Branca, que são conhecidas desde o antigo Egito.
A prática da meditação é profundamente transformadora e é acessível, pois encontramos várias indicações de práticas e informações em livros e sites na internet. Indico para os que querem se familiarizar com algumas delas o livro "A Revolução da Atenção", de Alan Wallace, o clássico "Autobiografia de um Yogue" de Paramahansa Yogananda, o livro "Escritos sobre o Hesicasmo" e "A montanha no Oceano", ambos de Jean-Yves Leloup, com quem aprendi a meditação hesicaste, em alguns retiros.
Vamos apontar alguns caminhos, na meditação hesicaste, oportunamente.